Ao dar os primeiros passos na vida financeira, uma dúvida comum é escolher entre alugar ou financiar um imóvel. Segundo o especialista Fernando Bruno Crestani, essa decisão exige uma análise criteriosa da realidade econômica de cada pessoa, de seus objetivos a curto e longo prazo, e da flexibilidade necessária nessa fase de construção patrimonial.
Embora muitos associem o financiamento ao sonho da casa própria, nem sempre ele é a escolha mais vantajosa. Por outro lado, o aluguel, ainda que visto como um custo sem retorno, pode oferecer vantagens importantes de mobilidade e controle orçamentário. Entender os prós e contras de cada opção é fundamental para evitar compromissos financeiros desproporcionais logo no início da jornada.
Alugar ou financiar? Qual a opção mais estratégica para começar a vida financeira?
Para quem está começando a vida financeira, o aluguel costuma representar maior liberdade. Com contratos geralmente curtos e a possibilidade de se mudar com mais facilidade, alugar um imóvel permite que o jovem profissional ou casal iniciante explore diferentes regiões, se adapte a mudanças no trabalho e ajuste os gastos conforme a renda evolui.
De acordo com Fernando Bruno Crestani, o aluguel pode funcionar como uma etapa de planejamento. Ele dá tempo para juntar uma reserva de emergência, entender os custos reais de morar sozinho e avaliar melhor o mercado imobiliário antes de assumir uma dívida de longo prazo.
Além disso, os valores mensais pagos em aluguel, em muitos casos, são inferiores às parcelas de um financiamento. Isso libera parte do orçamento para investimentos, cursos ou outras prioridades, construindo uma base financeira mais sólida e diversificada no início da vida adulta.
Financiamento exige compromisso e planejamento de longo prazo
Financiar um imóvel é uma decisão que envolve comprometimento de renda por anos, às vezes décadas. Por isso, requer estabilidade financeira, controle emocional e organização. Conforme explica Fernando Bruno Crestani, o financiamento pode ser interessante para quem já tem uma renda estável, deseja fixar residência por longo tempo e está preparado para lidar com os custos adicionais da propriedade, como IPTU, manutenção e seguros.
As taxas de juros, o prazo do contrato e o valor total pago ao fim do financiamento devem ser cuidadosamente avaliados. Embora muitos financiamentos contem com subsídios ou facilidades em programas habitacionais, é comum que o imóvel financiado custe, ao final do contrato, muito mais do que seu valor original.

Contudo, o financiamento pode oferecer segurança e sensação de estabilidade. Para quem não deseja depender de terceiros ou quer sair do aluguel definitivamente, pode ser uma alternativa coerente, desde que caiba confortavelmente no orçamento e esteja alinhado com os objetivos pessoais.
Comparando cenários: o que considerar ao decidir entre alugar ou financiar
A escolha entre alugar ou financiar deve considerar mais do que apenas o valor mensal das parcelas. Há uma série de fatores que impactam a decisão, como localização, tempo de permanência no imóvel, custos fixos, liquidez dos investimentos e perfil de vida.
Segundo Fernando Bruno Crestani, um erro comum é comparar o aluguel diretamente com a parcela do financiamento, ignorando outras variáveis. Por exemplo, o valor de entrada exigido em um financiamento poderia ser investido em aplicações de renda fixa ou variável, gerando rendimentos mensais que compensam o custo do aluguel e mantêm a liquidez do capital.
Sem contar que o mercado imobiliário pode variar bastante conforme a região e o momento econômico. Em algumas cidades, o aluguel está com preço atrativo, enquanto os imóveis estão sobrevalorizados. Em outros locais, pode ser mais vantajoso comprar, devido à valorização esperada do bem. A análise deve ser personalizada, e não baseada apenas em tendências gerais.
Qual é o melhor caminho para quem está começando?
Não há uma resposta única para todos os perfis. No entanto, Fernando Bruno Crestani frisa que quem está no início da vida financeira deve, em geral, priorizar a estabilidade orçamentária, a formação de patrimônio líquido e a capacidade de adaptação. Isso significa que, muitas vezes, alugar inicialmente e investir a diferença pode ser uma decisão mais prudente e inteligente.
O mais importante é construir uma base financeira sólida, livre de dívidas excessivas e com margem para lidar com imprevistos. Ter disciplina para poupar, investir com constância e aumentar a renda são atitudes que colocam o indivíduo em uma posição mais favorável para, futuramente, adquirir um imóvel com mais segurança, seja à vista ou com um financiamento mais curto e menos oneroso.
A melhor decisão é a mais consciente
A decisão entre alugar ou financiar não deve ser tomada por impulso ou por pressão social. Ela exige autoconhecimento, planejamento e uma análise criteriosa do momento de vida. Fernando Bruno Crestani reforça que o essencial é fazer escolhas coerentes com a realidade financeira atual, sem comprometer a qualidade de vida nem os planos futuros.
Tanto alugar quanto financiar podem ser boas opções, desde que escolhidas de forma estratégica. O foco deve estar em manter a saúde financeira e construir um futuro sustentável. Com informação, disciplina e clareza de prioridades, é possível transformar qualquer escolha em uma oportunidade de crescimento.
Autor: Walto Inahana