A obrigação de prestar contas à Receita Federal envolve não apenas os rendimentos do trabalho, mas também os ganhos e saldos obtidos por meio de aplicações financeiras. Segundo Kelsem Ricardo Rios Lima, conhecedor das normas tributárias e atento às exigências fiscais brasileiras, saber como declarar investimentos no Imposto de Renda é essencial para evitar inconsistências, penalidades e até mesmo a temida malha fina. O contribuinte deve ter atenção redobrada quanto aos detalhes exigidos na ficha de bens e direitos, rendimentos isentos, tributáveis e ganhos de capital, já que cada tipo de investimento possui regras específicas para ser corretamente informado.
A cada ano, milhões de brasileiros investem em renda fixa, ações, fundos imobiliários, previdência privada e criptomoedas. No entanto, muitos se confundem ao preencher a declaração, especialmente quando há variação patrimonial, lucro com vendas ou operações de curto prazo. A Receita exige informações detalhadas que vão além dos saldos finais: é necessário informar o CNPJ da instituição, a data de aquisição, o valor aplicado e os rendimentos recebidos, separando os tipos de rendimento conforme sua tributação. A precisão nesses dados é o que garante conformidade fiscal e transparência perante o fisco.
Onde e como declarar investimentos no Imposto de Renda
Para declarar investimentos no Imposto de Renda, o contribuinte deve acessar o programa da Receita Federal e localizar a ficha “Bens e Direitos”, onde serão registrados os valores mantidos em 31 de dezembro do ano anterior. Cada investimento corresponde a um código específico, como CDB (45), ações (31), fundos imobiliários (73), entre outros. É essencial utilizar o informe de rendimentos fornecido pelas instituições financeiras, que detalha os saldos e os rendimentos obtidos ao longo do ano. Esse documento serve como base para preencher não apenas o valor do investimento, mas também as fichas de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva” ou “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”.

Kelsem Ricardo Rios Lima destaca que, no caso das ações e dos fundos imobiliários, é necessário atenção extra. Além da declaração dos valores investidos, deve-se apurar mensalmente os ganhos obtidos com vendas e recolher o imposto devido até o último dia útil do mês seguinte à operação. Mesmo que o contribuinte tenha pago corretamente o imposto via DARF durante o ano, esses lucros precisam ser informados na ficha “Ganhos de Capital” ou em “Renda Variável”, a depender do tipo de aplicação. Não informar corretamente os ganhos pode gerar autuação por omissão de receita ou inconsistência entre o que foi declarado e os dados cruzados pela Receita.
Erros comuns e boas práticas na hora de declarar
Entre os erros mais frequentes ao declarar investimentos no Imposto de Renda, estão: confundir valor de aquisição com valor de mercado, deixar de informar operações isentas por acreditarem que não há obrigatoriedade, omitir saldos inferiores ou esquecer investimentos inativos. Mesmo aplicações que não geraram rendimentos no período devem ser informadas, pois fazem parte do patrimônio do contribuinte. Além disso, o contribuinte não deve declarar o imposto pago como despesa dedutível, já que ele é retido ou recolhido diretamente ao fisco.
Conforme explica Kelsem Ricardo Rios Lima, uma das boas práticas é manter organização ao longo do ano, guardando os informes, comprovantes de compra e venda, DARFs pagos e extratos consolidados. Utilizar planilhas mensais de apuração e contar com o auxílio de um contador são estratégias eficazes, especialmente para quem possui grande volume de operações, como no caso de day trade ou de carteiras com diversos ativos. A tecnologia também pode ajudar: hoje, há plataformas que automatizam parte do processo de apuração e organização de dados para a declaração.
Conclusão: organização e atenção garantem conformidade fiscal
Saber como declarar investimentos no Imposto de Renda corretamente é um passo fundamental para manter-se em dia com a Receita Federal e evitar surpresas desagradáveis. Embora o processo possa parecer complexo, o uso adequado dos informes, o preenchimento atento das fichas corretas e o acompanhamento regular dos lucros e impostos pagos tornam a tarefa mais simples e segura. Com a orientação de profissionais capacitados e o conhecimento claro das regras, como aponta Kelsem Ricardo Rios Lima, o investidor garante transparência, evita autuações e cumpre seu papel fiscal com responsabilidade e organização.
Autor: Walto Inahana