O historiador e autor best-seller Yuval Noah Harari, conhecido por obras como “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, recentemente expressou críticas ao Bitcoin. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Harari argumentou que a criptomoeda se baseia na desconfiança das instituições humanas, o que ele considera alarmante.
Harari destacou que, embora existam razões para desconfiar de bancos e governos que emitem moedas como dólares e ienes, a preferência pelo Bitcoin é preocupante. Segundo ele, o propósito do dinheiro é criar confiança entre estranhos, e a desconfiança pode minar essa função essencial.
O Bitcoin, diferentemente das moedas fiduciárias, não depende de governos ou bancos. Sua emissão e transações são controladas pela blockchain, um sistema descentralizado e imutável. Isso elimina a necessidade de confiar em instituições, mas, para Harari, essa característica pode ser prejudicial à cooperação econômica.
Harari argumenta que dispositivos financeiros como moedas, títulos e ações, que são majoritariamente dados em computadores, criam confiança entre milhões de pessoas. Essa confiança permite a cooperação e o desenvolvimento econômico, algo que ele teme ser comprometido pela adoção de tecnologias baseadas na desconfiança.
A publicação de Harari gerou reações diversas. Michael Saylor, ex-CEO da MicroStrategy, defendeu o Bitcoin, afirmando que a criptomoeda é uma forma de criar instituições confiáveis. A MicroStrategy é a empresa de capital aberto com a maior quantidade de Bitcoin no mundo.
Lyn Alden, fundadora da Lyn Alden Investment Strategy, também respondeu a Harari, dizendo que o Bitcoin oferece às pessoas mais opções de confiança, em vez de dependerem exclusivamente de monopólios de bancos centrais.
Apesar das críticas, o Bitcoin continua a ser uma tecnologia disruptiva que desafia o sistema financeiro tradicional. Seus defensores argumentam que ele oferece uma alternativa segura e descentralizada às moedas fiduciárias, enquanto críticos como Harari alertam para os riscos de uma economia baseada na desconfiança.
A discussão sobre o papel do Bitcoin e outras criptomoedas no futuro da economia global continua. Enquanto alguns veem nelas uma oportunidade de inovação e liberdade financeira, outros, como Harari, temem que possam minar a confiança necessária para a cooperação humana.
Em última análise, a questão central é se a sociedade pode encontrar um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a manutenção da confiança nas instituições humanas. Harari espera que a humanidade consiga construir instituições confiáveis, em vez de adotar tecnologias que promovam a desconfiança.